"Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem". É a primeira frase do "Livro dos Espíritos" de Allan Kardec. Ele tentou precisar, logo no início, a nuance entre as palavras espiritual, espiritualista e espiritualismo, que têm uma acepção bem definida, e as palavras espírita e espiritismo. "O espiritualismo é o oposto do materialismo; qualquer um que creia ter em si algo além da matéria é espiritualista; mas não segue daí que necessariamente acredite na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. Em lugar das palavras espiritual e espiritualismo, empregamos, para designar esta última crença, espírita e espiritismo." Esses termos são então neologismos, isto é, palavras criadas e definidas por Allan Kardec.
Um espírita é então um espiritualista, pois tem a certeza experimental da existência dos espíritos, que são as almas dos homens em transição entre o túmulo e o berço. Nesta exposição, tentaremos mostrar que elas são as bases das convicções espiritualistas do espírita e as conseqüências do Espiritismo no plano da ética.
"A doutrina espírita, no que concerne às penas futuras como em seus outros temas, não está fundada sobre uma teoria preconcebida; não é um sistema substituindo outro sistema: em tudo se apóia em observações, e é isto que lhe dá sua autoridade. Então, de forma alguma se tem imaginado que as almas, após a morte, devem se encontrar em tal ou qual situação; são os seres mesmos que deixaram a terra que vêm hoje nos iniciar nos mistérios da vida futura, descrever sua posição feliz ou infeliz, suas impressões e sua transformação na morte do corpo; em uma palavra, completar sobre esse ponto os ensinamentos do Cristo" (10).
A ética espírita coincide então com a ética cristã, tal qual foi ensinada e praticada por Jesus, e com aquela ditada pela consciência isenta de prejulgamentos e interesses. "A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Agir para com os outros como quereríamos que os outros agissem para conosco; quer dizer, fazer o bem e nunca fazer o mal. O homem encontra neste princípio a regra universal de conduta para suas mínimas ações" (11).
À questão 625 do "Livro dos Espíritos": "Qual é o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia e modelo?", os Espíritos responderam: "Jesus".
O Espiritismo oferece uma visão global que permite compreender as razões da convergência de três vertentes independentes - a racional espírita, a cristã e a da consciência - para um mesmo conjunto de normas morais, que se resume no respeito e no amor ao próximo.
Cada uma se baseia, em última instância, na penetração nas próprias estruturas do Universo, reguladoras da harmonia que aí reina.
O Espiritismo atinge este objetivo pela observação científica dos fenômenos naturais, aliada aos métodos de análise racional. A consciência do ser humano é o dispositivo natural que lhe permite "concordar" com o plano geral do Universo, e evoluir de modo ordenado.
Jesus, espírito puro e inteligente, com os sentimentos e a intuição desenvovidos a um grau que não podemos assimilar, não está certamente limitado aos meios de que dispomos para penetrar as leis do Universo. Utilisou outros meios que escapam completamente aos nossos limites conceituais.
Sublinhamos que a coerência não se prende à ética cristã, mas se extende igualmente às bases fundamentais de outras religiões. "Não há para o homem de estudo nenhum antigo sistema filosófico, nenhuma tradição, nenhuma religião a ser negligenciada, porque todos encerram os germes de grandes verdades que, se bem pareçam contraditórias umas às outras, esparsas que estão em meio a acessórios sem fundamento, são muito fáceis de coordenar, graças à chave que nos dá o espiritismo para uma multidão de coisas que têm podido, até aqui, nos parecer sem razão e das quais a realidade nos é demonstrada hoje de maneira irrecusável" (12).
"A conseqüência do espiritismo é tornar os homens melhores, e portanto mais felizes, pela prática da mais pura moral evangélica" (13). A verdade espírita então não se reconhece unicamente pelo conhecimento racional da doutrina espírita. A certeza positiva sobre o porvir, decorrendo de fenômenos que atingem seus sentidos, faz que se comportem conforme a ética e a moral ensinada por Cristo. Sua máxima é aquela de Allan Kardec: « Fora da caridade, não há salvação! », porque sabe que seu interesse pessoal não será servir senão em função de seu ardor pelo interesse coletivo. Não tem absolutamente nenhum propósito lucrativo, nenhuma ambição de poder ou de posição a não ser esta, de progredir na sua evolução e de fazer progredir o seu próximo.
7. CONCLUSÃO
A rejeição sem provas ou a recusa de examinar racionalmente o mundo espiritual apresentam o inconveniente de deixar o campo livre aos abusos de todo gênero, geralmente de ordem financeira, e algumas vezes mesmo dramáticos, explorando a credulidade das pessoas. O Espiritismo traz os elementos lógicos que permitem refutar esses abusos de maneira formal, oferecendo a todos respostas claras e consoladoras à maioria das questões existenciais, tão freqüentes na origem do desespero humano.O Espiritismo não faz nenhum proselitismo, e não pretende deter a exclusividade da Verdade. Allan Kardec pergunta humildemente: "Qual é o homem que pode se gabar de a possuir inteiramente, quando o círculo dos conhecimentos cresce sem cessar, e as idéias se retificam a cada dia?" (14).
O Espiritismo proclama a liberdade de consciência, o direito de livre exame em matéria de fé. Recebe os que vêem voluntariamente à ele, e não procura desviar ninguém de suas crenças ou de sua religião. A crença de uma pessoa importa pouco, desde o momento em que ela trabalhe para o bem de seu próximo. O Espiritismo se dirige àquele que, estando perdido ou não estando satisfeito com o que se lhe tem sido dado, procura alguma coisa de melhor. Não diz: "Creia primeiro, e compreenderá em seguida se você puder", mas "Compreenda primeiro, e creia em seguida se você assim o quiser".
Encorajamos as pessoas, desejosas de se esclarecerem, a ler e meditar, não mais que as trinta páginas da introdução do Livro dos Espíritos, que lhes confirmarão que o objetivo essencial do Espiritismo não é senão o de procurar o que pode ajudar ao progresso moral e intelectual dos homens.
SEM CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO!!!
QUE DEUS NOSSO PAI E JESUS NOSSO IRMÃO MAIOR POSSA ABENÇOAR SEMPRE NOSSO ORVALHO DO CÉU (Rosélia)...PARABÉNS AO BLOG ...2 ANINHOS!!!
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Para vc Roselia querida pelo aniver~´ario do blog,sinta-se á vontade para dar a todos q participaram desta festa maravilhosa, grande abraço fraterno em seu coração...