Fase da Maturidade ou Fase do Auto-Encontro ou da Interiorização
Uma das características mais belas desta fase é que ela é praticamente independente da faixa etária. Isto é, é possível atingir a maturidade tanto na fase adulta quanto na adolescência. Não é incomum – principalmente nestes tempos modernos – encontrarmos adolescentes que têm uma rica visão de vida ou adultos que já vivenciam a maturidade.
A maturidade não é uma fase, é uma atitude. É o estágio em que o indivíduo descobre-se como ser interdependente.
Um adolescente julgar-se independente, levando em consideração sua fase evolutiva, tem o seu lado altamente positivo. Mas, o caminho evolutivo para se chegar à maturidade é um contínuo subir de degraus.
Para um ser que sabe passar de forma saudável pela fase adulta (algo bastante incomum), são os seguintes degraus a subir: Primeiro o ser se vê dependente (fase criança), depois independente (fase da adolescência), para então na fase da maturidade descobrir-se interdependente.
Reforçando: Fase da maturidade é o estágio em que o ser se descobre interdependente, reconhecendo sua condição gregária e que, além de ser o único responsável pelo seu desenvolvimento individual, é também – de forma aparentemente paradoxal - importante cooperador no desenvolvimento das pessoas que a rodeia. Nesta fase o ser descobre que o próximo faz parte integrante do seu mundo. E que “estar bem” significa trabalhar para o bem comum, sem se deixar de lado.
Estas quatro fases podem ser comparadas às quatro estações, numa seqüência especial: Verão, que é a fase infantil, onde o ser é exemplo de alegria e descontração; Outono, onde o adolescente se prepara para a chegada da próxima estação; Inverno, onde o adulto escolhe o caminho errado do sucesso sem reflexão íntima (auto-ilusão) e, finalmente, a Primavera, quando o ser surge pleno na manifestação de sua potencialidade divina.
A Fase da Maturidade fundamenta-se no resgate das qualidades positivas da fase-criança, como contentamento, humildade e afetividade, e também das qualidades positivas da fase da adolescência, como cultivo da amizade e alteridade. É a fase da autoconsciência, é a fase em que o ser encontra sentido e significado para sua vida.
Como se vê, a fase da maturidade é um retorno às origens, mas com o diferencial de que atitudes impulsionadoras (ditas “negativas”) das duas primeiras fases, já não se fazem presentes, como o egocentrismo, a teimosia, a birra; a dependência quase total, a ausência da alteridade, a rebeldia; a independência plena, a ausência de missão de vida bem definida, a necessidade extrema de auto-afirmação, a inconstância.
A triste conclusão a que chegamos: Se na fase adulta ficamos embirrados; pensamos e agimos de forma egocêntrica; julgamos que os outros são os responsáveis pelos desacertos de nossa vida; somos rebeldes sem causa; somos negativamente inconstantes em nossas ações; não consideramo-nos interdependentes; somos teimosos; não praticamos a alteridade; temos necessidade extrema de auto-afirmação e não sabemos de forma clara qual é o nosso propósito ou missão de vida, então, ainda não atingimos a maturidade! Isto é, não aproveitamos do aspecto positivo dos fatores impulsionadores da fase-criança e da fase da adolescência e, pior, cristalizamos em nós a porção negativa destas duas fases anteriores.
A alternativa, ou o atalho, para atingirmos a maturidade plena: Se mesmo já estando na fase adulta ainda não atingimos a maturidade, nem tudo está perdido. Há uma alternativa que funciona como um atalho. Ainda é possível resgatarmos o que não soubemos naturalmente incorporar na natural sucessão das fases.
A vida novamente nos presenteia com outra oportunidade:
Para atingir a maturidade com todo o seu esplendor, o principal fator impulsionador é o indivíduo perguntar a si mesmo: “Qual é o meu ideal de vida?”
Cada um de nós traz em si uma missão pessoal, o que a Psicologia Transpessoal denomina de propósito existencial, ou ideal de vida. Este ideal de vida está registrado na parte mais profunda de nossa alma. Várias correntes espiritualistas dizem que já nascemos com ele. Mas, se não o encontramos o motivo é bem simples: até agora não nos interessamos em procurá-lo.
Procurar este ideal de vida de forma racional nem sempre é o melhor caminho. A não ser que já o vislumbremos. Isto é, a não ser que já enxerguemos os seus contornos, mesmo que ainda timidamente. Neste caso a procura racional e objetiva faz sentido e gera resultado.
Como um diamante perdido no meio de gravetos ele – nosso ideal de vida - está em nossas entranhas. Temos que retirar os gravetos para que ele possa se mostrar a nós. Retirarmos os gravetos significa, principalmente, ter um desejo profundo de querer ter uma vida com significado. Significado no sentido amplo, não mesquinho, mas, sim, altamente humanitário. Quando este desejo se fizer presente em nosso mente, este diamante irá ser mostrar para nós. Geralmente através da intuição.
Quando descobrirmos qual é o nosso ideal de vida (qual é a nossa missão existencial), teremos a força de vontade necessária para que todas as qualidades das nossas duas primeiras fases sejam por nós reincorporadas, com um importante instrumento adicionador: a experiência de vida. E então estaremos instrumentalizados para atingirmos a bem vinda maturidade.
Para caminharmos a passos largos na direção da maturidade, lembre-se, leitor, do principal objetivo desta parte conclusiva, que é o que vem a seguir. Reflita: ”Qual é o seu ideal de vida?”
Autor:
Alkíndar de Oliveira
Abaixo segue os demais blogs participantes:
03-http://fractaisdecalu.blogspot.com/2011/07/bcfvhoje-maturidade.html